Inadimplência no agro força acerto de contas no Banco do Brasil Tarciana Medeiros, CEO of BB. Photographer: Arthur Menescal/Bloomberg O domínio do Banco do Brasil em empréstimos para o agronegócio sempre foi visto como uma fortaleza. O banco responde por metade do financiamento que flui para o setor — uma vantagem competitiva em um país que, em linhas gerais, alimenta o mundo. Mas as taxas de juros, que atingiram o patamar mais alto em quase duas décadas, e os sucessivos reveses nas colheitas deixaram os produtores rurais em uma situação difícil. Eles entraram com pedidos de recuperação judicial no ritmo mais rápido já registrado em 2024, um sinal de crise que repercutiu em todo o setor e ainda não mostra sinais de reversão. Para piorar a situação, uma nova regra do Banco Central agora obriga os bancos a provisionar as perdas esperadas e a parar de contabilizar os juros sobre empréstimos em atraso. O Banco do Brasil historicamente era mais conservador do que seus pares, provisionando mais do que o necessário — mas isso mudou recentemente, à medida que buscava melhorar os lucros, de acordo com uma pessoa com conhecimento do assunto. WEG cria bilionários e se prepara para tarifas de Trump
Fábrica da WEG em Jaraguá do Sul Photographer: Maira Erlich/Bloomberg Diz-se que os "dias dos dividendos" são os melhores do ano na remota cidade de Jaraguá do Sul, com uma população de 180.000 habitantes, no estado de Santa Catarina.
Esse pagamento, junto com um programa de participação nos lucros da fabricante de motores elétricos WEG, ajuda a sustentar cerca de 20% dos moradores da cidade, incluindo trabalhadores, familiares e aposentados. A empresa, que tem 64 anos e foi fundada por um eletricista, um contador e um mecânico, afirma que suas próprias clínicas de saúde atendem quase tantos pacientes por ano quanto o sistema de saúde municipal. A sete horas de carro a sudoeste de São Paulo, a prosperidade de Jaraguá do Sul está, em grande parte, atrelada à WEG, que possui fábricas em 17 países e clientes em 135 países ao redor do mundo. A empresa já enfrentou a hiperinflação, crises cambiais, turbulências políticas e uma pandemia. Agora, os moradores — cientes ou não — terão que lidar com a incerteza que o presidente dos EUA, Donald Trump, trouxe à economia global. Talvez ninguém entenda isso melhor do que Elder Stringari, 55 anos, que, de muitas formas, é a personificação da cidade e da empresa. Natural de Jaraguá do Sul, ele começou sua carreira na WEG como estagiário aos 14 anos. Seus três irmãos também já trabalharam na empresa. |